sexta-feira, janeiro 25, 2013

Viver em harmonia e disruptivamente

Numa entrevista recente à Revista Wired, Larry Page, CEO do Google disse:
"Eu me preocupo seriamente com a forma como conduzmis as nossas empresas. Se você ler a cobertura da mídia sobre a nossa empresa, ou da indústria de tecnologia, em geral, é sempre sobre a competição. As histórias são escritas como se eles estivessem cobrindo um evento esportivo. Mas é difícil encontrar exemplos reais de coisas realmente incríveis que aconteceram somente devido à concorrência. O quão emocionante é que vir trabalhar quando se o melhor que você faz é espancar uma outra empresa que faz mais ou menos a mesma coisa? É por isso que a maioria das empresas decaem lentamente ao longo do tempo. Eles tendem a fazer aproximadamente o que eles fizeram antes, com algumas pequenas alterações. É natural que as pessoas queiram trabalhar em coisas que eles sabem que não vão falhar. Mas melhoria incremental é garantia de obsolescencia a longo-prazo. Especialmente em tecnologia, onde você sabe que vai ser não-alteração incremental.
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Assim, uma grande parte do meu trabalho é fazer com que as pessoas se concentrem em coisas que não são apenas incremental.
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Para nós, para ter sucesso, é necessário que alguma outra empresa a falhe? Não. Na verdade, estamos fazendo algo diferente. Eu acho que é ultrajante dizer que não há espaço apenas para uma empresa nestas áreas. Quando começamos com search, todos disseram: "Vocês vão falhar, já há cinco empresas de pesquisa." Nós dissemos: "Nós somos uma empresa de pesquisa, mas estamos fazendo algo diferente." É assim que eu vejo todas essas áreas."
Isso me faz pensar em dois aspectos importantes
1 - A Natureza da competição é competir, o COMO ela vai competir são outros quinhentos. Estudos avançados sobre concorrência foram feitos, seja com Porter, ou Kim W. Cha ou até mesmo Clayton Christensen. O importante é que observarmos os últimos estudos, até mesmo o Kim, entendemos que o que o marketing falava muito, e digo aqui Al Ries também, era sobre guerrilha, inimigo, espreitar, emboscada, Arte da Guerra etc. Não que estes 'valores' e táticas não sejam ainda atuais e necessários. Contudo, a natureza das mudanças de foco do mercado, forçadas pelas pressões sociais e ambientais e avanços tecnológicos, equalizou (ou tenta) o organograma do capitalismo. Fazendo com que observevemos, analisemos e queiramos competir baseado em outras premissas além de atacar, mas de olhar a competição e o mercado como um "ecossistema"

É curioso a mudança de termos, a quem diga Porter, contudo, o que chamo a atenção é que sempre competiremos, sempre teremos táticas, mas o COMO será o que dará o tom de como mantiveremos nossas posições, reputações e saúde na competitividade atual.

Além disso, pensei numa frase que li estes dias: "Marketing é sobre organizações criar e construir relacionamentos com consumidores para co-criar valor; design tem por objetivo colocar os stakeholders no centro do design de serviços e preferenciamente "co-desenhar" com eles." Olhando por esta ótica nós entendemos que o mais importante é criar valor, mas o valor só é criado quando olhamos a empresa como um organismo vivo de interação, porquê para entender o outro, devemos ser empáticos. Então, assim sem perceber mudamos o foco do que é competir. Não competimos mais contra o concorrente (inimigo/adversário/target), mas para criar e entregar valor. Independente para quem, sociedade, funcionários, acionistas etc. Melhoria contínua voltada para o valor.

Ah, e o segundo aspecto era: O que é o sucesso quando enxergamos ele como um aspecto individual do ser humano a ser buscado que será refletido na maneira como agimos. Você é como você age. Entramos aí num terreno movediço da natureza humana da auto-realização. Mas isto deixo para outro post.

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