sexta-feira, fevereiro 01, 2013

"Eu não acredito em Branding", mas que tal pensar mais nele?

A gente observa muitas vezes um ceticismo inicial sobre uma disciplina nova (como passa hoje o design thinking), medicamento novo, produto novo (lembra-se do microondas?), entre tantas coisas. É natural é do ser humano. Existem pessoas que até hoje não têm microondas, como existem pessoas que não acreditam no Branding até hoje. Normal. Erro da disciplina e dos profissionais que não souberam esclarecer tão bem? Talvez, mas vale acompanhar o debate sobre branding abaixo.

Há 3 dias o amigo Daniel Padilha, um evangelista do Branding, me marcou em um video onde o René de Paula- que havia participado de um painel na Campus Party e é alguém que procuro ouvir pela sua maneira provocativa de falar, postou um video "Por que eu particularmente, não acredito em branding". Vale reservar 12 min do seu tempo para assistir. Será um bom tempo para reflexão sobre o papel das marcas, o papel do branding e o caminho que temos que trilhar ainda de esclarecimento sobre a disciplina e sobre o papel do marketing hoje.

 

O Daniel me marcou e eu fiz alguns comentários sobre o pensamento do René, lembrando que poderia ter sido qualquer profissional ou até empresário. Apenas esclareço que procuro me ater ao pensamento e suas idéias e não a divergir contra o profissional.


Meus comentários foram:

Daniel Padilha excelente o video, do ponto de vista de objeto de estudo para analisar 'furos' do entendimento sobre a disciplina. Excelente. Criarei um post disso, mas aqui vou dar uma "resumida" sobre minha percepção sobre o pensamento, não o profissional.

1- Em um ambiente quando não se tem concorrência 'amar uma marca' é muito relativo. Se ela não é cobrada (concorrência) para melhorar, pode não se esforçar na sua entrega. Em ambientes com Monopólio não "é necessário ter branding".


2 - A visão dele é de alguém da 'era do marketing' (nada contra), onde era desaguar estoque sem preocupação real com necessidades dos clientes, baixa competição ou grande diferenças de 'shares' de mercado. Marca era (e ainda é em alguns empresários) uma alegoria estética. Da mesma forma que o Design ainda é visto - infelizmente como desculpa estética. Fica no belo e pouco funcional.


3 - Para mim marca é uma promessa. Experiência (isso engloba uma boa entrega) é a entrega. Foi-se o tempo -apesar de ainda existir, de que Branding era uma peruca para melhorar algo. A partir do momento que enxergamos que o branding é um motivo, a entrega (leia-se a inovação) terá muito mais clareza. Ou seja, se ele diz "eu quero é saber o que o concorrente está fazendo", "tenho que fechar o mês", você direciona suas ações de forma reativa. Branding é para criar agilidade porque ele te põe uma visão do mundo e não apenas te "veste". Ele não é democrático. Assim, na minha visão, se a empresa faz isto é porque ela está optando em ser 'seguidora' do mercado e não postura de posicionamento/de nicho. Precisaria saber como é a estratégia e a orientação da empresa para esclarecer, cada caso é um caso. E branding muda processo. Marketing não.


4 - "Ser amada" isso é discurso ralo de quem não quer, sabe, e opta por 'deixar outros fazerem' fazer seu produto. Tá incomodado com a situação e não se mexe. Ser amado tem haver com dois aspectos, boa percepção que passa pela construção de uma coerência de mensagem interna e externa, propósito claro, AÇÕES (aí concordo com ele) reais e basicamente comunicação/design que reforça sua personalidade. E um produto que no mínimo resolva o problema do cliente (mesmo que não forneça uma experiência). Pra mim "ser amada" foi discurso criado por/pra publicitário.

 
5- O Marketing sempre procurou ser o penetra e dar uma de bicudo com branding. O marketing atrapalha o branding quando ele quer ser o branding, e é este o mal que vive a confusão. Apesar de ter diversos profissionais de marketing competitíssimos. Mas o Branding fornece uma visão, um guia, uma inspiração e um jeito de fazer as coisas e o marketing (como o rh, finanças, inovação, p&d) faz(em) acontecer perfeitamente, do seu jeito. Se ele 'tomar a frente', suas decisões serão orientadas pelo externo e não pelo interno - o que padece o pensamento (comum) dele, ela sempre "estará para trás".

Cara Ótimo video para reflexão. Desculpe o post gigante. (ah, não gosto de usar Apple como exemplo rs)
Pois bem, isto rendeu muito. Até um post no Idea Marketing.
Recomendo você interessado em saber mais sobre Branding e ler o post do Idea Marketing - "não acredito em branding" o debate para capturar a riqueza dos comentários, como do Marcelo Trevisani, do Paulo Lima entre tantos outros. O link no facebook é este.
Desculpe a formatação o blogspot parece meio instável hoje.

Nenhum comentário: