Vemos muitos cases de branding, Rebranding e inovação etc. O que penso é: devemos pensar no funcionário tanto quanto no consumidor, independente do tipo de cultura que sua empresa está orientada: one-team, de Performance, Customer-centric, Focus-People etc.
Por isso venho lendo muitos livros sobre cultura e sobre criatividade, como forma de despertar o gatilho interno das pessoas para a mudança. Não ver ela como um plano de mudança - como uma tarefa apenas (mesmo que seja necessária), mas como um plano de mudança mais profunda, de mindset realmente.
Li este trecho no livro Walking the Talk que me chamou a atenção:
"Desenvolva alguns valores, faça algumas brochuras do novo credo, faça alguns poucos road-shows com apresentações em PowerPoint e um plano da cultura está feito. Ajuste o sistema de remuneração para fazer tudo isso. Se as pessoas pensarem um pouquinho sobre o que elas estavam fazendo elas perceberiam que essas ações não vão produzir o resultado esperado. A verdade é que provavelmente elas realmente não queiram "fazer a cultura". Mas se todo mundo está fazendo do outro jeito, então elas se sentirão mais seguros na opção de seguir a multidão."Curiosamente há alguns anos li o livro Adapte-se ou Morra, do Allan Weber (ex-editor da Fast Company) e grifei esta passagem que liga-se perfeitamente a frase acima:
Desenvolver uma mudança, acredito que passa um pouco mais profundo do que Kotter fala (racionalmente) em seus livros. Mesmo que ainda são indispensáveis principalmente em momentos de crise, de urgência extrema. Mas se você é uma empresa que está fazendo seu planejamento estratégico, e pensa que mudar, ou melhorar a sua cultura entra como aspecto importante para o próximo ano. Analise o quão seus funcionários estão envolvidos hoje e quanto potencialmente poderão. Haverá muitos "Sim, mas", contudo, o importante não é propor novas tarefas para as pessoas, mas mudar mindsets.
Nós somos criados em modelos acadêmicos e de educação que faz aprisionar nossa criatividade e sermos individuais e nos afastar do que não é 'nossa ossada', daí a importância tremenda de frases como "Get out the building", do Steven Blank, ou "Listen to your customer both in person and online, & make changes to fine-tune the experience." do CEO, Kevin Desanctis da Revel Entertainment. Necessariamente não são frases que fariam parte de um programa de branding, ou de cultura, mas são aspectos importantes que devem ser tomados quando queremos desenvolver empresas.
Alocar investimentos de pesquisa, de experiência do usuário, incentivando 'sair do prédio' (levantar a bunda da cadeira), quando não existe este tipo de cultura interna, podem ser desafios culturais tão grandes na hora de desenvolver o seu planejamento estratégico anual quanto um programa de mudança de cultura. Por isso que "o empreendedorismo é o novo inovar e o inovar é o novo empreendedorismo.", frase do Tennyson Pinheiro que saiu numa roda de convesa na Eise.
Tudo passa pela cultura!
A experiência do funcionário ajuda a formar o branding!
Tudo comunica (e a maneira como passa a informação)!
O ser humano é essencialmente 'touch and feel'.
Despertar o lado humano nas marcas, começa por despertar o lado humano internamente, realinhando o design organizacional nas empresas e as políticas de RH e inovação.
“A cultura come a estratégia no café da manhã." Peter DruckerNão adianta as ordens virem de cima, mesmo que elas sejam envolvidas de propósito. Os "de baixo" acharão apenas como: mais uma tarefa eu preciso fazer agora. Estude a cultura que a empresa tem e observe que mecanismos são mais eficazes para mudar a mentalidade, antes de mudar as tarefas. Afinal, todos nós nos escondemos na multidão em algum momento na vida ou no profissional, que então a multidão não seja na sombra, mas no sol.
fotos: barnesandnobles.com
Um comentário:
Paulo,
Vivencio algo do tipo em nossa empresa (que aliás é familiar). Temos alguns "gaps" culturais que impactam de certa forma no resultao geral da empresa.
O texto me elucida sobre a profundidade da mudança que precisamos "criar" no ecossistema empresa.
Vou ler e reler, digerir essas informações.
Obrigado pela questão levantada.
Grande abraço amigo!
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