quinta-feira, abril 26, 2012

Happy, um Campfire na Eise

Ontem estive na Eise (uma "escola" de inovação), fui participar do Campfire "Existe - o que nos faz felizes?", uma reflexão e debate sobre como o modelo de relacionamento e de vida que temos vem interferindo (ou distraindo-nos) sobre o real significado da felicidade. Apresentado pelo filme Happy, que levantou diversas questões posteriores que permeiam o universo corporativo e pessoal. 

O filme em si, Happy, é um documentário que se embasou investigando diversos tipos de culturas em busca do significado da felicidade. Desde tribos indígenas na Namibia, até comunidades na Dinamarca, passando por surfistas no Brasil e monges budistas. Desde acidentados, ou até mesmo catadores de rua. A idéia levantada foi que a felicidade é uma soma de alguns fatores. O extrínseco: imagem, dinheiro, status, é reflexo do seu alinhamento pessoal com os fatores Intrínsecos: relacionamentos humanos/família/amigos, desejo de ajudar/compaixão e crescimento pessoal/auto-reconhecimento. 

Alguns dados do filme:
*No Japão é onde existem as pessoas mais infelizes do mundo. (o excesso de trabalho e pouca preocupação pessoal e com a família vem afastando as pessoas do prazer da vida, das pessoas e da felicidade);
* Segundo pesquisas a felicidade é dividida em 50% genética, 10% circunstâncias, e 40% a maneira como você lida com o mundo e os problemas;
* Fazer esporte e exercitar o FLOW (o fluxo) que é a concentração e o sentido de 'estar presente' mentalmente e espiritualmente no aqui agora. Que temos as vezes ao fazer uma atividade que demorou 4 horas e temos a impressão que foram só 15 min. 

Porém o mais importante é entender que a felicidade é sempre uma soma de diversas coisas e não apenas um estado, nem uma sensação. É sim um comportamento que nos constrói e que nos faz tocar quem nós somos. Quando fazemos muito o que gostamos e aperfeiçoamos nossa autenticidade, tudo ao redor transpira o que e reflete como você se expressou. Sobretudo, ser quem nós somos desperta a mais singela emoção do ser humano: a compaixão, porque você acada tendo o controle "in the zone" de nós mesmos e aprende a respeitar o outro. 

Mas em uma sociedade de acumulo e engessada por um modelo industrial, e setorizado, perdemos ao longo do tempo o senso de criação e de instrumentalização e de sensibilidade pelo outro. Somado ao fato de sermos atraídos e distanciados pelas circunstâncias de quem somos nós, do que precisamos etc. Levanta que a felicidade se resume a termos no mínimo, o mínimo básico, para nos sustentarmos, como também estar ao lado de quem a gente gosta, de termos atitudes de compaixão para com o outro, nosso vizinho e para quem nós amamos, e nos exercitar fisicamente. É uma soma de aspectos que nos faz refletir sobre aquele dia que tivemos preguiça em dar bom dia ou sair para caminhar.

É um filme que merece ser assistido diversas vezes, pois estuda do ponto de vista neurológico e social. Onde o fato que quando analisado o cérebro de um monge, pedido a ele para pensar em compaixão, caridade, uma zona do cérebro reagiu de uma maneira incomum como um comportamento de expansão e acelerações das ligações nervosas. 
Ser feliz e promover a felicidade, expande o cérebro e as conexões nervosas.
Levantou-se diversas questões que você acaba revendo suas ações. Desde ao fato de que pessoas religiosas que dizem que você vai para o inferno, são mais propensas a serem infelizes. Ao fato de que, após uma tragédia - como, no filme, uma mulher muito bonita foi atropelada e seu rosto desfigurado, se sente mais feliz interiormente. (Prova atual que está aí o ex-BBB que se acidentou e agora é campeão de canoagem para provar que se descobriu mais feliz que quando era modelo.)

Vale para dar um boost na sua percepção de mundo. Recomendo muito!



Sobre a EISE
Perceber como o Marco Santoro e o Tennyson Pinheiro e a equipe estão montando a "escola" que se propõe a ser uma jornada em busca de melhores serviços inovadores para as pessoas e que façam sentido para o mundo, foi uma experiência inspiradora. 
Um debate rico e questionador sobre modelos mentais e hábitos que nós mantemos, que nos interferem e nos distraem do nosso real 
Drive. O nosso real propósito. Até quando vamos criar produtos e serviços. 

Ivan, personal trainer e profundo estudioso sobre psicologia, fisiologia, felicidade nas pessoas esteva presente ao encontro, relatou diversos situações onde o lado físico reflete muito a felicidade, onde prazer é uma coisa e felicidade é outra. 

O debate em si foi rico por mostrar que a felicidade é encontrada pelo resgate de nosso respeito interior e nossa revelação da autenticidade, que isso é refletido no corpo e nossas atitudes e hábitos de vida. E ela é um grande combustível para a inovação nas empresas hoje. 

Inovar sem propósito não é inovar. Inovar sem olhar para o outro  não é inovar, é melhorar. O seu drive é um valor humano que te conduz à inovação.

Foi bem revelador e reflexivo, o debate. Questionar (e refletir sobre) modelos de trabalho corporativo vigentes hoje, pela ótica da servilização e pela ótica do outro, ou seja, centrado no ser humano e no que ele representa, respeita, valoriza, foi um exercício de como os serviços hoje são ofertados. Servir, ser leal, promover a honra e respeito etc...

Observando que os serviços por uma tendência natural da sustentabilidade acende que compartilhar do mindset do ORGULHO DE TER (acumulativo), para o ORGULHO DE USAR (mais de um usa e ninguém é 'dono'). Do produto compartilhado e não o produto adquirido. 

O que ficou claro para mim foi que a EISE se propõe a quebrar paradigmas profissionais e pessoais, fornecendo instrumentos (o conhecimento), mas também promovendo a mudança de como lidamos com as pessoas e criamos os serviços para o mundo, alinhados ao nosso drive. Achei enriquecedor e me organizarei para os próximos Campfires. Quem puder ir, recomendo.

Conhecimento existe em todo lugar, mas os conhecimentos que promovem reflexão pessoal, temos que sempre garimpar.

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