Transcrevo um post do blog do Cleménte Nóbrega, para refletir sobre o processo
Uma idéia espantosa na qual prestamos pouca atenção. Durante toda a história, a maneira de ficar mais rico foi uma só:roubar. Comerciar (to trade) era atividade de segunda categoria. Reis invadiam e tomavam o que não era deles, a riqueza não aumentava.Quem nascia pobre ,ficava pobre até morrer. Era totalmente natural que fosse assim. A idéia de que você pode enriquecer empreendendo (arriscando) é recentíssima na história humana. Não tem mais de 250 anos. Foi só então que se percebeu que o bolo da riqueza não era fixo, e que poderia crescer. O empreendedorismo é uma idéia radical,e,como toda (boa) idéia radical,é contra-intuitiva. Pense em Galileu, Newton,Darwin,Einstein,Adam Smith. O intuitivo, o certo, o aceito,o normal, era roubar,parasitar,ser rentista. Essa turma toda que condena a “falta de ética do mercado financeiro”,devia pedir mais capitalismo,não menos. Menos capitalismo empreendedor significa mais parasitismo (veja as grandes burocracias estatais). De uma coisa você pode estar certo:o animal humano sempre vai querer riqueza,poder e prestígio.Sempre vai buscar isso, porque isso é ,bem,..é da natureza humana.Como sexo. O capitalismo empreendedor oferece a via “não-zero” para se obter isso,o resto só estimula a corrupção do rentismo. Parasitismo era o que havia ANTES do capitalismo empreendedor. Sistema financeiro não é sinônimo de capitalismo nem, muito menos, é sua forma mais sagrada (como diz,erradamente, o Luiz Fernando Veríssimo). A forma mais sagrada é o capitalismo empreendedor. Antes dele só os muito aventureiros corriam riscos(os navegadores) ,mas,lembre-se, faziam isso em busca de uma riqueza que já estava lá esperando alguém ir pegar. Não estou dizendo que a busca de riqueza, poder e prestígio sejam bons; não estou dizendo que não precisam de controles e regulações, estou apenas dizendo que são parta da natureza humana.Ter coisas é a base do capitalismo. Na sua coluna no Valor Econômico, semana passada ,Marcio Pochmann lamenta mais uma vez a “cultura do ter” ..”originada no Fordismo americano a partir do início do século XX”. Ele escreve mal e não sei se entendo o que quer propor,mas se é a transformação do "ser humano" em alguma coisa "menos ambiciosa" ,que deixe de buscar riqueza,poder e prestígio,pode desistir. É melhor partir das coisas como elas são,não como idealizamos que deveriam ser. 03/11/2008
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