sábado, outubro 11, 2014

Não deixe que Golias confunda ou controle onde sua empresa deve estar

Quando olhamos a Cauda Longa, com o fenômeno da servitização, juntamente com a necessidade de novos modelos de negócios. Percebemos que a produção em massa pode ser até um caminho para o lucro, quando criada com uma Proposição de Valor que busca a diferenciação genuína. Mas já entendemos que a busca por mais acesso, deve vir acompanhado pela ciência de que o modelo de negocio tem um tempo determinado conforme a capacidade evolutiva de se reinventar pela ótica do usuário e da marca.

Foi isso que eu pensei quando li (a passagem abaixo) no mais recente livro I - David, Golias e a concorrência imperfeita (A concorrência imperfeita o truque de David aplicado às PME Livro 1) do amigo Carlos Cruz. Lusitano, consultor focado em PME, que escreveu um pequeno livro precioso - que certamente é o início de uma série:
"Pela primeira vez desde a Revolução Industrial, que nos trouxe a produção em massa como forma de combater a escassez na oferta, há mais gente com comportamentos e gostos fora da caixa da normalidade do que dentro dela. Atualmente, num mundo de abundância de oferta, há uma procura cada vez mais heterogênea que puxa por uma oferta mais heterogênea." - Carlos Cruz
Carlos, entrega ao leitor uma jornada usando o recurso da história, para fazer uma relação muito crível e forte a incapacidade das empresas em se diferenciar. Utilizando a parábola do David e Golias, entre a luta do maior e intransponível Golias, contra o menor e frágil David. 

No fundo, a proposta é mudar o mindset que se faz em abordar sua estratégia de diferenciação no mercado, olhando uma fatia diferente da qual você busca - a de lutar contra grandes grupos. Mas sim, buscando uma concorrência imperfeita. Que não é a trapaça, pelo contrário. A imperfeição é aqui, buscar novos tipos de segmentos e inserções no mercado que realcem ao máximo sua diferenciação evitando a competição por preço e produtividade. Principalmente de uma PME. É trabalhar com base no que você pode ser bom, num segmento que não é explorado porque não é atraente ou custoso, ou requer muitas mudanças para os grandes players. Contudo, entregando nele o que há de melhor: inovação, design ou algum atributo faltante aos outros numa melhor qualidade.

Ele estimula a você entender o mundo não pela ótica que o mercado e os grandes atores já fazem, mas de como devemos abrir a empresa para o mundo. Pra isso, enxergando outros gaps.
Separo uma passagem que gostei muito: "apostar na concorrência imperfeita, significa, tal como David, não acreditar que o mercado é uma arena onde todos concorrem contra todos e só se pode competir de uma forma. Significa perceber que o mercado e a concorrência regem- se, muitas vezes, por um conjunto de regras cristalizadas nas mentes dos seus actores e tidas como imutáveis, e tidas como talhadas na pedra, como mandamentos divinos que têm de ser seguidos por todos, quando, na verdade, podem ser alteradas sem se cometer qualquer ilegalidade. Significa perceber que as regras do mercado e concorrência podem ser alteradas. Significa perceber que o mercado e a concorrência podem ser uma escolha deliberada dos seus actores. Significa perceber que o mercado e a concorrência são variáveis que podem ser manipuladas em função das características, da experiência, das idiossincrasias de uma empresa, para criar diferenciação na oferta, no produto ou serviço e, no tipo de clientes servidos."
Nossa capacidade atual de competitividade passa pela nossa sensibilidade em gerir e facilitar internamente uma empresa, mas também nossa capacidade em buscar novos nichos, modelos de negócios e refrear o avanço de batalhas de preço que geralmente são cruéis e acabam com capacidade da diferenciação. Para isso temos que "propor valor", mas não necessariamente onde o mercado dita, mas em novos, diferentes, ousados e incomuns. 

imagem: http://wallpaper4god.com/en/background_bible-tale-david-vs-goliath-2

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