sábado, maio 28, 2011

O marketing das opções

O novo marketing

O novo marketing (seja o que for que isto signifique) parte da premissa que é um exercício desafiador, ilógico, que requer experimentação contínua, inovação, medição e uma brutal mudança de estratégia. Estamos no começo de uma Era Digital Consumidor-Centrada, na qual as formas tradicionais de contato da marca não oferecem taxas de retorno mais viáveis.

Os consumidores estão no controle. Eles hoje possuem níveis de informação e decisão sobre o consumo de mídia em níveis antes nunca imaginados. Esses novos consumidores não podem ser tratados como uma commodity ou um mero perfil demográfico. Seu engajamento se dá com foco e clareza, para o qual uma nova habilidade precisa ser desenvolvida: a de perceber o que os interessa e o que lhes é relevante.

Nesse cenário, onde o consumidor detém o poder, o único modo de se conseguir fazer isso é criando um link próprio, valioso, útil e exclusivo, entre os atributos da marca e do produto e a vida do consumidor. É um mundo novo.

A nova geração do marketing precisa escolher investir num site de download de música; ou numa campanha que faz uso de mensagens SMS; ou entre comprar mídia numa TV fechada; ou patrocinar um novo canal de vídeos on demand; ou utilizar uma estratégia de links patrocinados; ou usar mídia tradicional…

E aqui está o desafio: Ninguém sabe realmente como tomar estas decisões com sucesso consistente.

Assim, determinar um novo marketing mix eficiente, vai requerer experimentação, tentativas, fracassos, networking, inovação, análises de métricas de retorno, e, principalmente, assumir riscos.

Vi aqui

sexta-feira, maio 27, 2011

Variáveis incontroláveis: a cultura vive da sedução

Ao mesmo tempo em que exigimos empresas sólidas e seguras para resguardar nosso dinheiro, temos atitudes contrárias em nossas relações humanas.

Para abrir uma reflexão sobre como estamos trabalhando, vivendo e atuando nessa “sociedade eletrônica”, começo este post com uma frase do Jim Collins, dita na última Expomanagement, em 2010, em São Paulo: “Se a transformação do ambiente externo às empresas vem sendo provocada por pessoas, a transformação do interno depende delas para acontecer.”

“A cultura vive de sedução, não de regulamentação; de relações públicas e não de controle policial; da criação de novas necessidades, desejos, exigências, não de coerção. Esta nova sociedade é uma sociedade de consumidores”. Palavras ditas pelo sociólogo Pierre Bourdieu, estudioso dos comportamentos sociais, que mostram indícios de uma sociedade cada vez menos sem regras e mais imagética.

Construída com laços fortes com o consumo e o capitalismo desenfreado.

Contudo, diante deste cenário de uma sociedade estimulada por um mercado canibal e incitadora da “obsolescência instantânea” seja de produtos, sejam de desejos, a cultura e a identidade humana acabam se tornando mais um componente de venda neste grande armazém que é o mercado.

Onde clientes – pessoas físicas e empresas, consomem o desejo renovado a cada nova oferta, sempre estimuladas pela sensação de estar levando vantagem em relação a outro. De exclusividade e pertencimento único, mas que é apenas mera momentaniedade provocada.

Enfim, vivemos a obsolescência do sentimento, que tem ansiedade e não espera, apenas cultiva seu desejo por novidades. Em um ciclo de sobrevivência cada vez mais curto. Ou seja, o desejo tem prazo de validade. Como sua beleza e os produtos que você usa.

Isso me faz refletir sobre termos como tradição, solidez e relacionamento. No mesmo sentimento de que exigimos empresas sólidas e seguras que resguardem nosso dinheiro, temos atitudes contrárias em nossas relações humanas.

Como se vivêssemos uma antítese humana entre “exigência e entrega”. Exigimos confiança, mas entregamos pouco dela. Exigimos fidelidade do outro, mas entregamos cada vez menos (com produtos e pessoas). Parece uma liberdade maquiada. Ou será puramente diante de tantas eras: a Era da Desconfiança?

A capacidade de “durar” hoje é pouca, como é cada vez menor a capacidade de se amar e ter sentimentos. São paixões instantâneas. Porque o gosto em se “jogar fora” ou “liberdade” em tomar suas próprias atitudes se torna tão latente e visível seja nos produtos, seja nas relações humanas, que o tempo para se criar significado perde-se. Ser descartado ou avaliado com altos graus de exigência é cada vez mais comum.

Neste contexto, o esquecimento se torna um componente da nossa sociedade. Esquecer é importante, para dar vazão às novas “tendências” ou “modismos”. Justamente esta falsa liberdade em se aprender e a esquecer o antigo. Talvez uma busca por uma identidade esquecida, ou
adormecida ou inventada.

Diante deste mundo repleto de incertezas e caminhos e variáveis, Zygmunt Bauman sociólogo polonês pergunta: Você vale tanto quanto o seu último sucesso? Uma vez que a capacidade de abandonar os seus últimos hábitos é mais importante que o aprendizado de novos. E a incerteza do novo sucesso vem da incerteza de novos cenários.

Assim, diante da frase de Collins, e as variáveis externas, vale compreender que as empresas se tornam co-autoras dessas mudanças que podem se perder diante de “suas criações”. Este pensamento é importante para compreender o nosso real papel como profissionais de marketing e de propaganda, ao utilizar de slogans e conceitos para campanhas.

Talvez estamos criando, ou estivemos criando “monstros” (ou reflexos na sociedade), que hoje chamamos de “variáveis incontroláveis”.

Pensemos melhor a cada nova campanha ou criação de produto para que o ciclo não se repita ou possamos aprender com o externo tanto quanto com nossas empresas.

Este meu texto também saiu no Webinsider

quarta-feira, maio 18, 2011

Dicas para quando você for um chefe

Bob Sutton é um estudioso das relações humanas e do ambiente corporativo, mais especificamente a relação chefe-funcionário. Em um artigo na HSM Management de Abril, ele citou algumas coisas que me chamaram a atenção:




  • Para ser um grande hefe, você tem de constantemente perguntar e tentar responder a muitas perguntas. Talvez a mais crucial: "Como é trabalhar para mim?"
  • Os chefes mais eficazes dedicam esforços para compreender como seus humores, habilidades, indiciossiocracias e ações afetam o desempenho e a humanidade na equipe.
  • Os melhores chefes criam, copiam e implementam maneiras de reduzir a carga mental e emocional de seus funcionários e os protegem de incompetência, ignorância e julgamentos de outros chefes.
  • Atribua crédito às pessoas.
  • Você (chefe) sempre é observado. As pessoas vão até usar as mesmas roupas que você. Utilize ao seu favor de forma prudente
  • Fale mais do que os outros, mas não o tempo todo
  • Interrompa ocasionalmente e não deixe que os outros o interrompam demais
  • Use palavras positivas ao falar consigo mesmo
  • Use um pouco de raiva de vez em quando - 
  • Ceda algum poder ou status e certifique-se de que todos saibam que você fez isso voluntariamente

terça-feira, maio 17, 2011

A ética e a estética: dois elos

Ética e Estética são Indissociáveis A professora especialista em luxo, Elyette Roux, diz que sim, “…que a estética é a maneira original, própria , de organizar o mundo do sensível de modo a comunicar uma emoção que traduz a visão de mundo do criador, isto é, sua ética. É nisso que ética e estética estão ligadas.” e exemplifica com chanel que mostrou “através de suas criações, sua concepção da moda e da mulher (dimensão ética) e qual foi sua maneira única de organizar o universo sensível por uma silhueta particularmente reconhecível (dimensão estética).” 


Na mesma época, século 21, a jornalista do new york times, Virginia Postrel, publicou “the substance of style” com um subtítulo intrigante: “how the rise of aesthetic value is remaking commerce, culture & consciousness”. Ela diz que a substância (ética) do estilo (estética) não depende do criador mas do público que vai julgar o que é belo. Depois de estudar muito nossa época, virginia é categórica ao afirmar que a estética está ganhando valor como um experiência independente da intenção que a originou. assim, em grande estilo, ela chuta o pau da barraca que abriga os críticos que se dizem saber o que é belo no mundo da arquitetura, do design, da moda, das artes, da estética. Veja que apesar de Virginia discordar de Elyette, elas confirmam a tese de que ética e estética são indissociáveis.


Seja na ótica-ética do criador ou do público, qualquer experiência estética se traduz num significado, mas até aí nada de novo. Novo mesmo é o que o chinês lao tse falou a 25 séculos atrás: “the way to do is to be” ou “o jeito de fazer é ser.” que invertendo dá no mesmo: “the way to be is to do” ou “o jeito de ser é fazer”. 


Digo que é novo porque vivemos uma época em que a tecnologia de comunicação acelerou tanto a vida que vivemos um tempo sem intervalos, que não tem antes nem depois, só durante. tempo real, ao vivo, 24/7. Acabou o tempo entre o fato e o conhecimento do fato, entre o pensamento e a ação, entre processo e obra. não tem ensaio nem bastidores, só espetáculo.


Os teóricos dizem até que a arte acabou quando a comunicação encontrou esse tempo zero. quer dizer, acabou a obra finalizada, pronta e perfeita para ir a público. o que temos é o processo, verso e reverso, direito e avesso, ao mesmo tempo, aqui-agora, autor-espectador.


No tempo real, imagem é tudo. você é o que você faz. você faz o que você é. mais ou menos como disse lao tse. form is function.


Mas porque o Lao Tse do século 5 ac é mais contemporâneo que a Virginia e a Elyette do século 21 dc?

Eu tenho um palpite. mas antes quero contar uma história que vivi em meados do século 20 dc, no japão, mais precisamente no santuário de Isé, onde está o templo mais sagrado e mais antigo do shintoísmo, dedicado à deusa amaterasu.


Esse templo tem mais de 2000 anos mas é demolido e reconstruído a cada 20 anos. a minha cabeça ocidental não entendeu como que uma obra pode ter 2000 anos se é demolida a cada 20, e fui atrás da resposta. veja o que aprendi: ao demolir o prédio (estética) eles querem preservar o seu significado (ética) que é lembrar que “na vida tudo é impermanente”. eles fazem isso a cada 20 anos porque é o tempo de uma geração aprender essa verdade fundamental. mas não é só isso. O processo de construção do novo templo começa assim que o outro fica pronto. em várias regiões do japão a madeira e as pedras que servirão para construção começam a ser colhidas e preparadas. 


Aos poucos esse material é transportado sempre por meios naturais nunca por motores. as madeiras são roladas pelas estradas, levadas pelos rios, em carros de boi, passando por rituais, parando de aldeia em aldeia, de cidade em cidade até chegar à ilha sagrada nas vésperas de iniciar a construção. Quando soube de todo esse processo que dura 20 anos eu entendi: o templo era o processo e não a obra! 


O rito, o fazer cotidiano, a vida em permanente fluir, ali, naquela estética (fazer) estava a ética (o significado). não havia um processo vulgar para se construir uma obra sagrada. Sem antes nem depois, só gerúndio. apenas e sempre construinnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnndo.


Elyette e Virginia viram a obra enquanto lao tse viu o processo. por isso elas viram um antes e um depois e ele viu o presente, o eterno presente, o tempo real, onde as coisas são o que são, sem intenção nem opinião.

Este texto que me chamou atenção tirei daqui.

Frase do Dia: Muricy Ramalho e a Gestão de Talentos

"Time vencedor é a mistura de: talento e ambiente." - Muricy Ramalho.
Para mim um dos maiores gestores de talentos do esporte no Brasil. Ele bem que poderia lançar um livro. Compraria fácil, afinal sou São Paulino. :D

segunda-feira, maio 16, 2011

Produtividade no trabalho

Produtividade no trabalho

Como os seus colaboradores administram o tempo no trabalho? Uma pesquisa realizada no Brasil constatou que mais da metade dos 1600 profissionais entrevistados executam suas principais tarefas na última hora, enquanto 33% gastam até duas horas do trabalho com atividades sem fins produtivos. E mais, 60% marcam consultas médicas no trabalho, 59% dão uma “esticada” no horário de almoço, 56% realizam compras online, e outros 39% procuram um novo emprego durante o expediente. O levantamento foi feito pela Triad PS, empresa especializada em softwares para produtividade pessoal e gestão de equipes.

Fonte: VocêSA

quinta-feira, maio 12, 2011

10 coisas que eu não sabia sobre a internet até ontem


A partir de um estudo The Digital Year in Review: Brazil, elaborado pela ComScore. De janeiro de 2010 a janeiro de 2011, o Brasil registrou crescimento de 20% em sua base de usuários. Saindo na Revista Proxxima em abril deste ano. O Brasil se revelou uma grande ebulição de oportunidades:

  1. O Orkut é o terceiro site mais popular do Brasil. Facebook cresceu 20% de Janeiro para a Janeiro de 2011. 
  2. Em 2010 o número de celulares com 3G no Brasil cresceu 79%. De 10,5 milhões para 18,8 milhões.(Anatel)
  3. Audiência da internet no mundo cresce 8%, na América Latina 15% e apenas no Brasil cresce 20%, segundo a ComScore.
  4. O Sudeste corresponde a 68% da população on line no Brasil, com média 23,7 horas mensais - Ibope Nielsen
  5. 40% do público que está na internet brasileira, tem mais de 45 anos. Ou seja, internet não é (apenas) coisa de jovem. 
  6. 75% do público brasileiro usa e-mail, no mundo é apenas 63%. Crescendo ainda 3% em 2010. - ComScore
  7. 71,1% dos brasileiros on line, acessam blogs, enquanto no restante do mundo apenas 50% - ComScore (refletindo algumas questões: o brasileiro gosta de se comunicar e gosta de notícia)
  8. O Brasil tem um dos maiores índices de penetração do Twitter no mundo, com 22%, contra 13% nos EUA. - ComScore
  9. Categorias que decolaram em 2010 (provavelmente por motivos do Google Adwords)
    1. Automóveis - subiu 32%
    2. Lazer - 56%
    3. Viagens - 49%
  10. As mulheres são as que mais assistem videos na internet. A maior fatia está das mulheres entre 45 e 54 anos no Brasil. (Youtube como extensão da TV) 

quarta-feira, maio 11, 2011

Como usar a metáfora a favor da sua mensagem?

Nestes últimos tempos tenho lido e sem querer alguns insights surgem em minha cabeça. Como foi o caso de hoje. Que comprei o livro de Joseph Murphy, "Aumente o poder do seu Subconsciente" que me provocou algumas reflexões sobre o poder da mensagem e da auto-sugestão.


Primeiro para entender, Joseph Murphy é um cara que escreveu seu primeiro livro em 1963, O poder do subconsciente, onde chacoalhou os cristãos e religiosos, da forma de se pensar em fé, abrindo um movimento chamado: Novo Pensamento. Ele estimula que: "A fé é uma atitude da mente." Tudo envolve o pensamento e a mentalização, baseada na fé. A fé seria o input para desencadear qualquer objetivo na sua vida, diferente da religião ou religiosidade. Afinal é possível ter religião sem ter fé.


Então, durante o livro ele cita diversas escritos da Biblia como forma de reforçar o pensamento de que a fé faz parte de uma Infinito poder (divino). Exemplo:  "Deus me protege com suas asas da bondade", ou, "O Senhor é meu pastor e nada..." etc.


E daí? O que me chama a atenção é que na Biblia existe inúmeras metáforas. E são repetidas de milhares de anos na cabeça das pessoas. Fazendo um paralelo, Dan e Chip Heath em seu livro Ideias que Colam, que o cérebro é formado por "alças mentais", onde "quanto mais ganchos uma idéia tiver, melhor será seus encaixe na memória". Isso reforça a ideia de usar metéforas, como também emoção e o contexto. (Veja mais sobre o livro aqui e aqui)


Metáfora não deixa de ser uma figura de linguagem que força algo primário que é contar histórias, respeitando o contexto do outro. Fazendo com que criemos significados usando um elemento de sua experiência para entender outro. Ela nos dá a oportunidade de elastecer nosso pensamento e aprofundar o entendimento, permitindo-nos ver as coisas de maneira novas e agir de maneiras novas. Ela ajuda a viajar sem se mover.


Bem, é uma intertextualidade interessante quando migramos isso para o universo da Comunicação quando vemos anúncios simulando cachorros-peixes, ou frases como "Red Bull te dá asas"; da Liderança quando precisamos passar mensagens mais claramente e críveis; do Design com suas embalagens que simulam corpos ou carros que simulam sorrisos, entre tantas outras formas. Caindo no funil das expressões: "É como se fosse...", "Olha, parece...", "O objetivo aqui foi...", em cada frases iniciais de cada discurso que ouvimos. Ou em anúncios como:


Enfim, a Bíblia, como qualquer outro livro pode ser apenas uma referência de estudo para analisar e perceber que há milhares de anos o homem tem a necessidade de contar histórias e de passar mensagens de forma mais clara. E passar seus pensamentos. Ou seja, a necessidade de ouvir e contar. Usemos a metáfora para que "O consumidor acredite que é o que o produto faz com que ele pareça."

É o que o Dr. Gerald Zaltman, professor de Harvard Business School e um dos pais do Neuromarketing, comenta neste filme (ative as legendas em português):



Portanto, quando for falar, escrever um texto ou um anúncio, ou até criar uma apresentação em PowerPoint, a metáfora pode ser um aliado na hora de exemplificar e testar a audiência do seu público.

Tem um post interessante aqui, e aqui.


Fontes: ccsp, ccsp

terça-feira, maio 10, 2011

O planejamento ainda não caiu na rede

Copio e colo um texto muito bacana sobre a funação do planejamento e estratégias digitais. Do consultor Adalberto Viviani.
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Nos últimos anos tem crescido entre empresas e agências a consciência de que é preciso estar na web e ter atuação expressiva nas redes sociais. Essa consciência tem provocado uma corrida maluca. Infelizmente com muitos acidentes de percurso, derrapadas nas curvas e acidentes com vítimas.

O raciocínio de estar nas redes sociais suplanta a pergunta dos motivos que levariam as empresas a isso. Todos dizem que a web é uma ferramenta. O que temos visto, na enorme maioria dos casos, é que estão vendendo ferramentas e não seus benefícios.

Ter uma estratégia para a web é antes de tudo ter uma estratégia. Isso significa ter um planejamento. Pasmem. Acham que o planejamento mudou com a chegada das redes sociais como se elas eliminassem a existência das pessoas. Uma ferramenta não muda o planejamento. Pode mudar o comportamento das pessoas e isso sim muda o planejamento.

Por isso a primeira necessidade básica dos está mantida: entender o que motiva e move as pessoas. O que move não é a ferramenta mas sim o que ela provoca. Por isso é preciso acabar com esta história de vender uma solução tecnológica e compra-la por ser avançada. A questão continua sendo como ela se encaixa na demanda estratégica apresentada.

Existem máximas que são ditas como definitivas. Sua empresa tem que estar no twitter. Tem que enviar muitas mensagens diariamente pois frequência é fundamental. Verdade. Mas dizendo o que? Fale sobre sua empresa.

Eu proponho amarrar as mãos do twitteiro de uma empresa que faça isso pois ninguém quer saber o que uma empresa está fazendo em 200 mensagens em um mês. O problema não é ter a ferramenta. É saber o que dizer para gerar interesse, relacionamento e compartilhamento.

Outra febre são os blogs. Temos blogs de empresas falando de tudo. Especialmente empresas falando de si. É uma coisa sensacional. No meu tempo (que coisa, cheguei à idade de falar no meu tempo!!!) se um garoto chegasse em uma menina e ficasse falando de si o tempo todo seria um chato. Os tempos mudaram? Não creio.

O exercício de egocentrismo de falar de si o tempo todo interessa a quem? A quem escreve e a seu psicanalista. Se tanto. Blogs são instrumentos que devem partir (novamente) do nível de interesse do público. Parece evidente. Mas não tem sido.

Vamos adiante. Os e mails com ofertas. Por um acaso do destino eu cai no mailing de duas redes de varejo. Uma americana e outra francesa. Senta que lá vem oferta. Recebo ofertas de tudo. Máquina de lavar, notebooks, geladeiras, mesinhas e jogo de chá. A única decisão que tomei foi a de nunca mais comprar em nenhuma das duas redes pois pedi a retirada de meu nome da lista, telefonei depois pedindo isso e parece que meu nome tem uma atração terrível para ambos.

Continuo recebendo os e mails de quem não faz ideia de meu perfil e o que poderia comprar. Enviar 10 milhões de e mails pode vender bem. Mas, creiam, o estrago será maior. Não é possível converter um ateu com um carro de som na porta da casa deste esbravejando a palavra de deus. Talvez por isso eu continue ateu. E sem comprar nas duas redes.

O planejamento não morreu. Conhecer o público continua sendo fundamental. Fazer as perguntas básicas sobre imagem, identidade de marca, estratégias e táticas de trade, análise da concorrência. É preciso planejar e utilizar para isso não os especialistas em web. Mas os especialistas em gente. Incorpore no grupo os profissionais de tecnologia e os criativos de web. Mas planeje se perguntando sempre o perfil, as metas, as motivações, o que se quer com está ação.

Retirado da @meioemensagem

quarta-feira, maio 04, 2011

Qual camisa você usa?

Ser cliente é fácil. Ser consumidor também. Mas ser agência...

Depois de ler este post, do Martin Tom, na Advertising Age, fiquei pensando naquela frase: "Eu visto a camisa da minha empresa." Uma frase tão forte, mas acredito que hoje está sofrendo muitas mudanças, já que as exigências mudam e assim mudam os resultados.

Ser cliente hoje é tomar uma postura de cobrador por resultados, de muitas vezes ser aquele que aponta o problema e não pensa duas vezes em culpar quem o fez. (Sim, não é uma posição sine qua non, nem todos os clientes são assim. Existem muitos que te respeitam e são cúmplices em ações.) E isso acaba refletindo em toda cadeia chegando até o estagiário da agência. É um jogo de desafoga-pressão. E ainda mais, vê o mercado da publicidade sofrer alterações que dificultam cada vez mais a estratégia e a execução de uma boa comunicação. A atenção diminui. As dificuldades aumentam e os resultados mais difíceis. Cenários mais incertos e ROI, ROBI, ROMI menos "retornáveis". E a crença de que a propaganda ainda faz efeito vem sofrendo quedas.

Ser consumidor é padecer no paraíso. Ele quer participar do processo da comunicação, da criação do produto. É respeitado quando reclama e precisa apenas amar as marcas para ser (ainda) mais feliz. É cada vez mais perguntado e pesquisado sobre suas necessidade e desejos. É percebido como principal elemento para muitas empresas. Ser consumidor é participar e perceber movimentações ao redor da sua própria existência. Evoluindo conforme suas aspirações e poder econômico.

Agora, ser agência, é complicado. Nâo é nada fácil você ter que lidar com estes dois "senhores" aí em cima. O cliente que pede mais criatividade, mais resultado, mais análise e mais e mais...O consumidor, precisa ser ouvido, precisa ser analisado e percebido cada vez em menor tempo e com maior precisão. Está avesso a pesquisas e a abordagens. Ele está exigente e esperto. São dois rapazes a serem cortejados de forma bem cuidadosa. Sem falar a juniorização dos cargos de direção.

Fora isso tudo o fato de que ainda temos que gerar lucro para a agência, ter bom relacionamento com a criação (e/ou demais setores). Jogos de interesses internos e o empurra-empurra-interno-de-cada-dia. Falta de investimentos internos e de estrutura. Silos internos ditando ordens. Gerência incompetente ou insensível. Criatividade dando lugar a fast-criativity. Identificou-se? Calma, não se desespere.

Bem, não quero fazer mimimi, nem ficar reclamando aqui do mundo. Muito menos criar estereótipos sobre nenhum personagem. Nem demonizar nenhum dos três. Fato é: as coisas estão cada vez mais difíceis para os 'sonhadores'. É preciso ser realista (e mais em alguns lugares).

Vestir a camisa da empresa está cada vez mais difícil ainda mais quando o tempo é escasso, o volume de informações é absurdo, o gerenciamento pela criatividade é substituído pelo gerenciamneto por resultado, as pressões internas são maiores, menores tempos para projetos bacanas, relacionamentos cada vez mais vazios e o mito do líder se torna cada vez mais um mito a ser descoberto do que vivenciado. Geração Y em conflito de opiniões com Geração X etc. É, não é fácil vestir totalmente esta camisa. Mas este não é ponto que quero tocar.

Essa camisa acho que cada vez fica mais difícil de vestir. Tá certo algumas coisas são puramente o reflexo da dinâmica do mercado e do crescimento econômico. Beleza. Ou outros podem dizer: "Mas isso é normal. Evolução! Temos que extrair mais do menos." Ok. Concordo. Acredito que vestir a camisa da empresa está cada vez mais complicado, porque está mais difícil encontrar agências (e empresas) que nos identificamos. Que nos inspiram. Que sentimos admiração em trabalhar com aquele boss, com aquele diretor de criação, com aquele cara de mídia. Com aquela equipe. Vocês sentem isso? Falta de posicionamento? Falta de identidade? Acredito que sim.

Portanto, antes de exigir produtividade perceba-se como empresa. (ou até mesmo fornecedora). Você é uma parte chave na forma como lidar com clientes, consumidores e funcionários. Você pode saber tudo sobre seu cliente, mas pode não entregar da melhor forma ou pode não ser estimulado da melhor forma ou até mesmo pode nao ser respeitado. Pense em qual camisa você usa e em qual postura sua agência (ou empresa) tem.

Talvez precisemos nos apaixonar novamente, pelos clientes, pelos consumidores e/ou fazer com que eles se apaixonem por nós. Enfim, apenas uma reflexão...

Você sabe com quem está falando?



Fazia tempo que eu não vibrava tanto com um filme.

terça-feira, maio 03, 2011

Movidos por ideias

Acabo de terminar a leitura do livro do Sandro Magaldi e José Salibi Neto, Movidos Por Ideias. É um livro rápido, profundo, porém pouco detalhista (acredito que esta seja a proposta), que lhe passa diversos Insights sobre as melhores (de acordo com inúmeras referências coletadas) práticas da gestão da administração. Seja passando pela liderança, cumplicidade, networking, marketing, vendas e claro, Gestão.

Destaco os Capítulos 1, 3, 7, 9 e 10. São Insights valiosos e que não deixam de ser dicas boas de se lembrar no dia-dia da gestão. Existe uma coleção de referência, com mini-sinopses de cada referência lida, ao final do livro..

Ao longo do livro os autores lembram artigos de Theodore Lewitt, o famoso do artigo "Miopia de Marketing" que intue: "TODOS OS SILOS DEVEM CAIR E DAR LUGAR A UM SÓ PENSAMENTO QUE DEVE SER TANGILIZADO EM UM PLANO ESTRATÉGICO ÚNICO." (que é a que mais gosto). Como tantos outros. Além do pai da adminsitração: Peter Drucker.


Ambos autores refletem que a empresas de hoje devem adotar uma "filosofia orientada ao universo do cliente". Acredito que esata seja uma maneira de dizer que devemos orientar maiores estudos, pesquisas e P&D com o consumidor. É "a migração de sua orientação do produto para o universo do cliente". De uma certa maneira é o que queremos re-afirmar cada vez mais em campanhas e produções publicitárias. Não apenas estudá-lo, incorporá-lo ao processo.

Uma citação me chamou a atenção através de uma frase de uma professora da Harvard Business School, Shoshana Zyboff, autora do livro Support Economy - Why Corporations Are Failing, de 2002:
"É no abismo que agora separa os indivíduos e as organizações que estão os segredos para uma nova ordem econômica com vasto portencial para criação de riqueza e realização individual."
Atual né?
O livro, é recheado de testemunhos dos autores, diante de sua vida profissional e contatos com grande pensadores, líderes e empresários do management, como Peter Drucker, Jorge Paulo Leman e Edson Godoy Bueno. Sobretudo é um livro que te entrega 10 Insights para auto-reflexão. É um bom resumo, para quem quer profundidade, sem detalhismo.

Para finalizar escrevo aqui uma das minhas partes preferidas no capítulo dedicado a Gestão orientada por princípios, onde os autores defendem que é necessário que haja uma materialização dos conceitos de missão, visão e valores na empresas. Para isso sugerem a criação de uma lista de princípios para os funcionários saberem mais claramente como cada um pode contribuir. Nâo deixa de ser uma ferramenta de influência dos valores dentro da empresa. Diante de 3 perguntas:
  1. Qual é o seu papel na organização.
  2. O que não é tolerável naquele ambiente.
  3. Quais são as normas de conduta fundamentais.
Para reafirmar isso, em seu livro IBM - A business and its beliefs: The ideas that helped build IBM, Thomas Watson Jr, filho do fundador escreveu:
"qualquer organização, para sobreviver e alcançar sucesso, deve ter um sólido conjunto de princípios sobre o qual fundamente seus planos de ação."