A Classe C, diz: queremos comerciais que vendem sonho aos que mostram a realidade.
Esta frase foi a que me chamou mais atenção na matéria na Meio & Mensagem de 16 de março (estou ainda lendo algumas que chegaram atrasadas aqui em casa) por conta da criação da McCann Bairro, uma unidade especializada no Consumidor Emergente. Acho a idéia sensacional. Ter uma divisão dentro de uma empresa que pense exclusivamente em uma classe que é a grande vedete hoje em todos os setores. Salve Lula (ou FHC).
Entender as várias classes C dentro de cada Classe C, é um trabalho rico e importante para o direcionamento de mídia.
“O objetivo da pesquisa é ampliar o conhecimento da McCann sobre a classe C brasileira, que representa o futuro do crescimento interno do País, ultrapassando o óbvio do que já se sabe sobre essa fatia para chegar além do que se vê. A pergunta é: qual é o horizonte?”, explica Aloísio Pinto, vice-presidente da McCann Erickson.
A classe C identifica diferenças claras de consumo entre sua classe, pobres, classe média alta e ricos. Tem ainda a consciência de que pode comprar, mas quer mais e melhor. Seu sentimento de exclusão deixa de estar ligado ao financeiro e atinge o comportamental. “O desejo prioritário da Classe C é hoje consumir sem preocupação e aprender a se comportar como classe média”, afirma Aloísio.
Pessoas de classe média baixa. É assim que parte considerável da amostra – 47% - define-se atualmente. Têm a necessidade de priorizar os gastos, carregam sempre alguma pendência financeira, mas não sofrem a falta de alimentos, condição restrita aos “pobres”, na visão do público pesquisado. Ainda assim, 68% sentem-se desprezados pelos ricos e 55% declaram ser avessos a produtos comercializados em lugares considerados “chiques”. “É curioso perceber que a classe C deseja consumir mais, mas não demonstra a preocupação em mudar de classe”, afirma Aloísio.
A proporção de poupadores entre a classe C ainda é minoritária: apenas 38% têm esse hábito. Fazer planos para o futuro não significa, necessariamente, poupar dinheiro. “Vivo com o que tenho e compro o que é possível” é afirmado com veemência por 59% dos entrevistados.
Outro dado importante apresentado pela pesquisa é que 46% dos entrevistados afirmam que uma propaganda de oferta não necessita de música e nem história; 44% também diz que um comercial bom não conta história, mas só mostra o produto; 42% prefere ver gente de bem com a vida em vez de gente batalhadora; e 34% prefere o comercial que vende sonho do que aquele que mostra a realidade.
Vale a leitura da matéria. Acredito que iniciativas como essa e como a da Lew,Lara em criar uma unidade especializada no setor automóveis, são atitudes ousadas que podem pagar o preço da experimentação, mas ganham em tentar oferecer um conteúdo mais personalizado para o consumidor. Vender sonhos a publicidade pode vender, mas vendamos o SEU sonho. Isto que importa.
*desculpem-me todos a ausência no blog, ando realmente meio ocupado
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