segunda-feira, novembro 24, 2014

Uma boa liderança cria um bom design e uma boa cultura



Lendo este fim de semana um livro seminal, já antigo, mas bem interessante: Leadership is an Art, do Max DePree. Ele nos entrega algumas pérolas interessantes sobre como acontece a liderança, mas sobretudo que condições ela surgem. 

Algumas frases como:
- "Entender que relacionamentos são mais importantes que estruturas"; 
- "Entender que o que nós acreditamos precede políticas e práticas.";
- "Gestão Participativa não é democrática. Ter o que dizer difere de ter um voto.";
- "Liderança é...um jeito de pensar em guardião em contraste ao de propriedade."; 
- "Estruturas não tem nada para fazer com confiança. Pessoas constroem confiança".

A ultima frase só me lembra uma coisa, design de serviços e cultura organizacional. Criamos, desenhamos serviços para as pessoas com objetivo de 'entregar experiências memoráveis' e elas devem causar o opt-in para elas 'comprarem a idéia'. Como também nos preocupamos, mesmo que tortamente em construir ambientes colaborativos para nossos funcionários e achando que dar vídeo-games, redes (de deitar), pintar paredes de colorido são medidas que mostram essa preocupação com o bem-estar das pessoas. 

Neste aspecto colaborativo esquecemos que as pessoas são diferentes e cada um funciona de um jeito, menos colaborativos ou mais colaborativo, todos precisamos aceitar a diversidade comportamental. Isto é tarefa difícil, desde um lidere de projeto quanto o de construir a confiança interna culturalmente. Dai que modelos descentralizados e de holacracy vem ganhando força, não só por darem mais agilidade organizacional, mas por construírem pelas estruturas e políticas (de remuneração e desempenho), a confiança por uma clareza maior no "nós pensamos assim".

Pois bem, curiosamente, penso que estruturas sim - do ponto de vista fenômenologico, podem transmitir confiança emocionalmente para as pessoas. As vezes até imperceptível. Desenhamos sistemas, softwares, sites, para que eles sejam usados livremente sem preocupação e sejam fáceis de usar. O ato de ser fácil, é um condicionamento para que haja a confiança e reuso. E essa precisa ser criada a partir de estudos e iterações com as pessoas. 

Nos levando a terceira frase: Gestão Participativa não é democrática. Ter o que dizer difere de ter um voto. Devemos ouvir as pessoas e entender o que elas pensam e seus problemas, mas não necessariamente elas podem ter pode voto, mas pode de ponderação. Claro, isto varia de tipos de gestão, inclusiva ou não. Ponderação é um caminho mais ameno de liderança. Ouvir, coletar e iterar pode ser muito bom, mas é necessário que hajam critérios e estes serão como você criará. Ao meu ver a sua decisão que incorpora aí aspectos da empresa. 

Portanto, não só pessoas constroem confiança, mas sistemas constroem sensações emocionais de confiança para aceitarmos e lidarmos com pessoas, objetos, artefatos e políticas internas.  Afinal, "Relacionamentos são mais importantes que estruturas". 

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