domingo, janeiro 29, 2012

Exigir sem pensar e sentir.

Muitas empresas exigem muito do funcionário, muito mais do que o normal. (Tudo bem, é a vida capitalista.) Colocam ele fora da 'zona de conforto'. Forçam ele a encarar e saber lidar com os seus próprios medos. Esmagam-o com a força da pressão. Isso é bom? De certo modo sim. O que quero levantar aqui é o: Para onde estamos indo? Você fica sabendo sobre as informações e perspectivas da empresa?
Muitas vezes corremos feitos loucos e não sabemos onde estamos indo, não sabemos nem a estratégia da empresa, nem a importância direito do seu setor. Temos uma dúzia de indicadores para monitorar dia-dia - nos BSC da vida, e as vezes nem sabemos se estamos destinando energia daqueles 20 indicadores se vão fazer diferença ou é apenas "norma da empresa". Alinhamento não é apenas mandar um guideline para o gerente e diz: lê aí.
Faça um exercício. Imagine que sua empresa está quase falindo, todo mundo indo embora. Você no prejuízo...etc. Você tem que reverter o jogo, pense em: "Quais são os REAIS indicadores que fazem diferença no seu negócio (ou setor/unidade)?". O que faz girar e ter estabilidade. Cite 3 indispensáveis. Dizem que o ideal gira em torno de 7. Este é o pensamento reverso que Warren Buffet faz quando investe em empresas e exige retorno delas. Daí você percebe o que realmente é importante e o que é 'norma'.
Voltando. As empresas exigem do empregado, trazem a pressão do mercado para dentro da empresa (isso é bom), colocam quadro de performance na parede (também pode ser bom até certo ponto), gritam, berram (...) etc. (se identificou?) Pois bem, ao mesmo tempo ouvimos que "cada um tem que ser auto-motivado", que "o funcionário tem que ter metas para dentro da empresa", que "temos que inovar, liderar...". Este é o cenário que encontramos e percebemos em livros e blogs e no mercado nas grandes empresas.
Tudo é favorável. Todas essas medidas são importantes porque crescemos melhor quando bem estimulados, mesmo que na pressão. Nisso, é importante entender que sem um destino 'comprado' pelos funcionários, isto pode gerar apenas ansiedade, medo e tentativa de cortar custos. Fora conflitos de interesses etc. Ao invés de riqueza, tensão. Ao invés de senso de urgência, sendo de terror.
Contudo quero levantar a questão aqui: Sua empresa (que você trabalha) que está em um mercado altamente competitivo - se não está logo estará, exige de você RAPIDEZ e CRIATIVIDADE SEMPRE, ponto comum. Porém primeiro ponto: VOCÊ SABE PELO QUE VOCÊ ESTÁ SUANDO? Quais são OS VALORES DA EMPRESA (CORE VALUES)? QUAL A MISSÃO DA EMPRESA? QUAL O MOTIVO ESSENCIAL DELA EXISTIR? Existe isso forte e claro para todos? Você foi perguntado quais valores você entende e aplica?

Segundo ponto
: Você sabe até onde pode ir? A empresa quer que você inove, mas você conhece as limitações? O que pode acontecer se você não inovar? Você é despedido? O que a empresa sofre se você não conseguir fazer o seu trabalho? Quais são os guias estratégicos do que não fazer? Aquilo que existem para que você não faça o que ninguém quer que você faça?

No Google os executivos devem gastar pelo menos 20% do tempo em projetos paralelos fora de sua área de responsabilidade. Porém, o projeto tem premissas, antes de ser apresentado, senão é logo matado:

*O projeto deve ser popular com os consumidores? 
*É capaz de atrair outros funcionários a trabalhar nele?
*Resolve algum grande problema?
*Alinha-se com metas internas? 
Terceiro ponto: o mundo te exige, mas a empresa te fornece AMBIENTE ONDE TODOS ESTÃO COMPROMETIDOS COM O SUCESSO - OU MELHOR, COM A CAUSA? A empresa te força, mas ela te dá ambiente para isso? Ela te pergunta onde pode melhorar? 

Faço essas perguntas provocativas (e não são desabafos), puramente para levantar a questão que
em um mercado onde a pressão impera, a busca por uma causa, por uma verdade interna de cada um, por entregar realmente o que funcionário quer, olhando pela ótica dele é tão importante quanto ter lucro ao final do mês. Por que é possível termos um produto commoditizado, mas você pode pagar o ônus de ter um funcionário commoditizando sua motivação.

Estímulos

*Estimular a inovação é importante, mas temos que dar subsídios estruturais. 

*Provocar com que as pessoas saiam da zona de conforto é importante até para o crescimento pessoal, mas forneça-lhes, encante, mostre, pergunte, troque-bola com elas, sobre sua causa e melhorias. Ele tem que acreditar! 

*Todos nós somos criativos! Tem uma frase do Jim Collins (ou Peter Drucker) que eu gosto muito: "A função da empresa é não desestimular o funcionário." Contudo, acredito que todo mundo deveria ter um coach ou um setor de rh envolvido à disposição na empresa para os funcionários se consultarem e alinharem-se. Foco em melhores funcionários ou melhores funcionários focados? Mostre o foco para eles, mas conheça qual os deles. (Recomendo a leitura do post Pensamento Alinhado

Lembro de uma frase que li numa passagem em Seven Strategy Questions  que poderia concluir este post
"If your core values are providing guidance, you won´t have any difficulty telling stories of situations where they have determined people´s decisions. If you can´t easily find such stories, then your values are not doing their job." /"Se seus valores fundamentais estão fornecendo orientação, você não terá qualquer dificuldade de contar histórias de situações em que eles determinaram as decisões das pessoas. Se você não consegue encontrar facilmente tais histórias, então seus valores não estão fazendo seu trabalho."

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