Na The Economist vale ler dois artigos "A Belíndia empresarial brasileira" o qual mostra como o setor empresarial funciona em números absolutos tanto em pequenas, medias e grandes empresas. Percebe-se que a competitividade que tanto almejamos não começa só por incentivos fiscais e baixa tributação. É cultural, é o nepotismo e a capacidade de medição de resultados e aprimoramento do aprendizado.
Separo uma parte importante do artigo:
"As empresas brasileiras enfrentam vários problemas: burocracia, regras tributárias complexas, infraestrutura precária e uma carência de trabalhadores especializados - para não falar da estagnação econômica. Mas uma grande razão para o desempenho inferior é menos considerada: a má administração. Desde 2004, John van Reenen, da London School of Economics, e seus colegas analisaram 11.200 empresas de médio porte em 34 países, classificando-as numa escala de cinco pontos baseada em quão bem elas monitoram suas operações, estabelecem metas e premiam o desempenho. A pontuação média das empresas brasileiras, de 2,7, é semelhante à da China e um pouco superior à da Índia. Mas o Brasil fica atrás do Chile (2,8) e do México (2,9). Os Estados Unidos lideram o grupo com 3,3. As melhores empresas brasileiras pontuaram tão bem como as melhores americanas, mas sua longa cauda de má administradas é maior.
...A pesquisa de Van Reenen mostra que onde proprietários familiares optam por diretores-presidentes de fora, suas empresas não se saem pior do que outras de tamanho similar com acionistas mais diversificados. Com muita frequência, porém, elas preferem parentes a gestores profissionais - e o desempenho sofre. Isso vale particularmente em sociedades de “baixa confiança” como o Brasil, onde os donos contratam parentes em vez de estranhos mais bem qualificados para evitar serem roubados ou processados por infringirem leis trabalhistas muito favoráveis aos trabalhadores."
Curiosamente, em outro artigo da mesma revista um dado me chamou a atenção, a velocidade e a força do crescimento dos salários do setor publico foi bem maior do que os do privado. Isto mostra o quão grande nossos impostos tem peso, somado ao que ouvi ontem no Painel da Globo News "Hoje o Brasil é um país caro de se manter." Seria isso um indício do quão procuramos concursos públicos? E do quão é muito atrativo trabalhar numa empresa estatal e pro Estado?
Arrecada-se tanto do contribuinte, mas administra-se mal publicamente e no setor privado.
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