Retiro um texto que li do Luis Grottera, ex-presidente da TBWA sobre novos cenários que o Brasil vai encontrar. É uma ótima sintetização do que penso. Principalmente em acreditar que o branding é uma disciplina que está cada vez mais na agenda das empresas de todos os tamanhos. (Precisa estar pelo menos). Ainda mais pós contato físico e até digital. Afinal o que fica após o digital? Isso é uma conversa para outro momento. Vale a leitura abaixo.
_________________________________________________________
As áreas de marketing e comunicação vão ganhar mais importância porque a sociedade com quem vamos nos comunicar para fazer negócios será mais exigente e sofisticada.
Por 
Logo após o estouro da  crise financeira do sub-prime, Nancy Pelosi (democrata e presidente da  Câmara dos Representantes norte-americano) mandou um verdadeiro torpedo  para o mundo financeiro: “the party is over for Wall Street”. 
O tal “mercado” globalizado tinha virado um gigante cassino. De lá  para cá, temos assistido um vagaroso e dolorido processo de  reconstrução.
A última tentativa de manter o status-quo foi o imoral pagamento dos  bônus aos gênios da AIG. Diante do sofrimento com a ditadura  estabelecida pelos crupiês financeiros globais, a sociedade reagiu  prontamente e confirmou a ordem da Sra. Pelosi: a farra acabou, babies!
Para o Brasil o timing daquela crise foi um desastre. Nunca os  cenários macro e micro-econômicos assim como o global e o local  estiveram tão sintonizados com uma clara indicação que teríamos mais  três ou quatro anos de crescimento vigorosos. Experiência que desde a  década de 70, com a ditadura militar, não tivemos o prazer de  experimentar. 
Uma sociedade sem crescimento adoece, os planos de vida perdem luz, o  empreendedorismo desaparece e a insegurança (pessoal e social) domina. O  oposto do que se via por esse país afora nos últimos dois a três anos. O  brasileiro comum estava feliz, voltando a ter planos na vida. Milhões  adentravam a classe C. 
Havia um consenso entre as autoridades econômicas e opinion makers  globais que o Brasil ia sair da crise proporcionalmente maior do que  entrou. E foi o que aconteceu. Temos uma fantástica expertise em crises.  E pela primeira vez, enfrentamos uma crise vendo as coisas pelo lado de  cima. 
Há confiança (talvez até esperança) no mercado brasileiro,  nossas empresas estão proporcionalmente bem posicionadas. Em todas as  “crises dos  planos e moedas” que passamos, nossa missão era sobreviver.  Agora estamos na ofensiva. É uma oportunidade de recuperar a famosa década perdida em 90.
Pressão por resultados
Presidentes de empresas e profissionais  de marketing estarão arquitetando nos próximos meses decisões que terão  reflexos diretos na atuação de seus negócios na próxima década inteira.  Orçamentos ainda muito mais apertados, exigências por resultados de  curto prazo, pressão de toda empresa por decisões conservadoras, nada  deve subjugar a relevância da manutenção das intenções de médio e longo  prazo. 
Mais do que nunca teremos que nos dedicar a aumentar a eficácia  das atividades de marketing. Pós-crise as áreas de marketing e  comunicação ganharão ainda mais importância. Por um único motivo: a  sociedade com quem vamos nos comunicar para fazer negócios será ainda  mais exigente e sofisticada. Técnicas simples e eficientes de novos  apelos de consumo através da simples sedução terão baixo retorno. 
Quase tão importante quanto isso para boas relações entre o  consumidor e a marca, serão os movimentos em defesa do meio-ambiente e  de exigência de responsabilidade social por parte das empresas. Esse  será o preço a ser pago pelo mundo dos negócios por toda farra da crise  financeira. O mundo real agradece.
Aqui cabe uma reflexão sobre o comportado comportamento das empresas.  As estruturas e os pensamentos vigentes em marketing e comunicação  terão capacidade para enfrentar o que a mudança do mercado exigirá?  Tenho dúvidas. Especialmente para a grande maioria das marcas que ainda  atua de forma antiquada. 
O momento é altamente favorável para se pensar fora da caixa. É  preciso rever a importância estratégica desses temas dentro da empresa, o  formato, os fornecedores, os sistemas de trabalho. 
A comunicação em muitos canais
A nova relação com a sociedade de consumo exigirá ainda mais  pluralidade e diversificação na comunicação. Isso significa que aumentar  a integração entre os vários canais de comunicação que sua marca já  utiliza, será uma necessidade ainda maior. Isso será mais fácil para as  empresas que tenham um entendimento mais profundo sobre a importância do  branding na sua gestão empresarial.
O branding será a alma do negócio na próxima década. Pois como  metodologia de gestão empresarial é mais abrangente, mais sofisticada,  com impacto mais amplo e profundo no negócio da empresa e mais  condizente com um mercado plural que imperará na sociedade pós-redes  sociais.
O sofisticado mercado de comunicação brasileiro oferece uma  ampla oferta de opções para se arquitetar soluções estratégicas de  comunicação diferenciadas, criativas   e eficazes. Mas também é verdade que esse mercado que perdeu a  dianteira no que se refere a implementação de técnicas de branding modernas. 
Repense sua estratégia de marketing atendendo as necessidades de  curto-prazo, mas priorizando o quem vem pela frente. Redesenhe de uma  forma profunda e abrangente a atuação da sua empresa para fazer sentido  com os novos tempos. 
Os anos que vêm pela frente trarão desafios profissionais de grande excitação. Será uma década inesquecível. [Webinsider]
Imagens: hsm e aqui 


 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário