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quarta-feira, janeiro 16, 2008
O marketing do futuro pertencerá mais aos artistas
Hoje em dia as decisoes de compra dos consumidores sao determinadas nao pela qualidade dos produtos ou serviços, mas pela afinidade que eles têm com determinadas marcas. Em outras palavras, diante de ofertas mais ou menos equivalentes, optamos por aquelas marcas que nos tratam melhor e das quais gostamos mais. Esse é o resumo do que foi discutido nas palestras de ontem, aqui na convençao da NRF, em Nova Iorque.
Ninguém pode negar que hoje existe um excesso de opçoes à disposiçao dos consumidores. Além do mais, a tecnologia está nivelando rapidamente a qualidade da maioria dos produtos no mercado. Isso tudo dá mais poder ao consumidor e tira o sono dos varejistas. Tem até uma expressao pra definir isso - que está sendo repetida aqui a exaustao - 'commodity hell' (em português algo como 'o inferno da comoditizaçao'). Como está cada dia mais difícil diferenciar as marcas com base na performance dos produtos e considerando que preço é uma estratégia perigosa e para poucos, o que sobra, afinal, sao mesmo os fatores emocionais.
Daniel Pink, jornalista que escreveu um bom livro, batizado no Brasil de 'O cérebro do futuro', disse ontem que design, histórias, empatia com o consumidor e diversao, para citar apenas alguns exemplos, serao mais importantes do que durabilidade, velocidade e precisao, na tarefa de seduzir as pessoas. Por isso, segundo ele, o marketing do futuro pertencerá mais aos artistas do que aos engenheiros. Marc Gobé, o francês baixinho e simpático que escreveu 'A emoçao das marcas' e lançou no ano passado 'BrandJam', disse que as marcas precisam aprender a improvisar, como no jazz, para sobreviver nesse mundo instável em que vivemos. E Dan Tapscott, autor de 'Wikinomics', defendeu a tese de que a cultura colaborativa vai invadir cada vez mais as empresas. Isso significa deixar que os consumidores digam como devem ser os produtos e as lojas e que possam interferir na comunicaçao das marcas.
O problema é que para tudo isso acontecer, as marcas precisam abraçar as mudanças e aceitar que os consumidores tenham um papel importante no seu processo de marketing. Um empecilho importante, entretanto, será a vaidade de alguns executivos e a miopia de várias empresas. Todos dizem que escutam os consumidores, mas bem poucos prestam atençao de verdade neles. Como disse certa vez Terry Leahy, CEO da rede de supermercados inglesa Tesco - "muitas organizaçoes dizem que ouvem os clientes, mas elas sao bem seletivas na hora de decidir o que se permitem escutar" ;- ).
Fonte da noticia: Bluebus.com
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