segunda-feira, novembro 28, 2011

A finitude da morte nos alivia

Se somos movidos pela a insatisfação, a morte pode ser o estimulo para o alívio dela. Uma vez tida a certeza da morte a insatisfação e a obsessão por encontrar e realizar projetos que tentamos a vida inteira - e todas a segundas-feiras vão começar a se esvair. A morte pode ser um libertador.

Porém convivemos com a iminência dela no dia-dia criando distrações e "outras vidas" inseridas intertextualmente em cada atividade que temos. Nossa vida pós-moderna (ou liquida) é um livro com serie de links intertextuais que se amplificam, se realçam ou são criados com a maior interação no dia-dia com as  pessoas e a tecnologia. 
Neste aspectos nos ampliamos cada vez mais na busca de satisfazer algo interno que nos insatisfaz: a vontade de sermos mais nós mesmos. 

Sermos nós é difícil e exige esforço e é incessante. Sermos nós é procurar não olhar pra o espelho da morte, ou melhor, olhar ele com outros olhos do que o cotidiano destrutivo dos jornais e televisões, mas com um olhar mais antropológico e centrado em nossa existência e relação com o mundo e não com os meios

A morte nos ajuda a Viver, mas nos mostra a finitide de nossa insatisfação e com a mistura da incapacidade de mudança. Coisa que durante nossa vida testamos em nós mesmos, nossos limites.

Isso me lembra a frase de Steve Jobs: 
Lembrar que eu estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que eu encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Por que quase tudo – todas as expectativas externas, todo o orgulho, todo o medo de se envergonhar ou de errar – isto tudo cai diante da face da morte, restando apenas o que realmente é importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira para eu saber evitar em pensar que tenho algo a perder. Você já está nu.Não há razão para não seguir o seu coração.” – discurso durante formatura em Stanford, 2005
O que queremos aqui é mostrar ao mundo novas faces do que queremos ser, porque no fundo temos a vontade da mudança, apesar de resistirmos à ela bravamente. E a mudança é uma condição de (r)evolução constante que se propor é compreender que a morte fica mais próxima, ou pode nos abater a cada instante. O senso de urgência em viver e ser feliz nos consome e nos faz ter atitudes impensáveis e impensada (positivas ou negativas) por nós mesmos e pelos que estão inseridos na sintonia do status quo. Viver - o nosso ideal assusta, mas também provoca a sensação de realização e capacidade de mudança diante do inevitável. A finitude da morte. Ou tudo é uma questão de percepção.

O post foi inspirado no livro de Alain de Botton - Como Proust pode mudar sua vida
(O post trabalha diante da percepção da morte pela ótica do cristianismo. Não sendo totalmente o reflexo da minha percepção, apenas um fragmento dela.)

quarta-feira, novembro 23, 2011

Sobre a inovação

"É uma conversa que, creio eu, devemos ter com mais freqüência, entre nós, e com os clientes. Precisamos entender como começar a comunicar o que a inovação realmente exige, e que tipo de compromisso é preciso para que ela aconteça. Precisamos dizer alto e mais claramente que a preservação/aumento de market share através de meios tradicionais (compras caras de mídia, métricas de percepção, quantidade de envolvimento do usuário ao invés de qualidade, desconexões entre divisões internas de negócio) está desabilitando a capacidade das marcas de progredir, de crescer, de se tornar líderes nos seus respectivos campos.

Nós precisamos de uma nova linguagem para articular que o desenvolvimento de marca não é apenas um assunto do Marketing, mas um assunto que modela todas as facetas de um negócio, e que as marcas que experimentaram e continuam a experimentar crescimento impressionante são aquelas que estão autenticamente abraçando a mudança."

Fonte: Unplanned
http://unplanned.com.br/destaque/sobre-ser-inovador/

sexta-feira, novembro 18, 2011

Frase da semana: Les Carter

"Prendemos nossa atenção a, literalmente, tudo, exceto à importância da pessoa que está bem à nossa frente. Quando (nos distraímos) estes assuntos dominam a interação pessoal, eles podem reduzir os indivíduos a "meros" executores de ordens, com pouca consideração à pessoa em si mesma."
---Les Carter & Jim Underwood - O Principio da Significância

quinta-feira, novembro 03, 2011

Precisamos mudar a perspectiva de como construímos as marcas?


Em um post interessante acendeu o pensamento de que as empresas querem se comportar como pessoas, mas não conseguem transmitir de forma visceral o que quer ser passado. 

@lacreid teve uma atitude ousada, com o objetivo de diminuir a falta de alimento que as pessoas sofrem na África. Ele se propôs a comer durante 50 dias ração animal, pra sensibilizar as pessoas e captar esforços para os necessitados na África.

É uma atitude individual. Neste caso, até extremo, mas é um posicionamento claro sobre um problema premente que ocorre dia após dia no continente.

@lacreid criou o projeto Don’t Feed the Planner Project (Projeto Não Alimente um Planejamento) juntamente com a @MadebyMany para angariar recursos. A idéia é puramente sensibilizar pessoas sobre reais problemas, através de uma atitude.

Se formos ver, o Morgan Spurlock do SuperSize-Me fez um dos maiores serviços sociais e pode ter afetado a saúde das pessoas de varias gerações. Ele acendeu o alerta para a ingestão continuada de alimentos como McDonalds pode provocar nas pessoas. Mudando o cardápio da maior rede de Fast-food do mundo. Claro que o intuito aqui é outro, mas partiu de uma atitude individual e que hoje pode ser levada até com humor. Sem falar o que Jamie Oliver fez pelas alimentação nas escolas públicas em UK.

No entanto, fiquei pensando o quanto uma atitude individual pode fazer diferença e quanto demonstrar "Empatia Pela Mudança" pode ser uma moeda de compartilhamento importante no dia-dia das pessoas e das marcas.

As pessoas precisam sentir a mudança, precisam não apenas entender. Hoje as marcas têm um poder de mobilização imenso. (Lembra-se do caso da Zara no programa A Liga? É um programa de relativa baixa audiência, mas é ciceroneado por alguém influente @rafinhabastos.) As pessoas precisam de desafios, precisam de metas, mas estas precisam ter sido alimentadas por líderes culturais. A partir de atitudes que sejam sentidas. Isso tornará parte da vida delas.

Conforme o esquema abaixo, de forma simples, nasce uma cultura. Parte-se sempre de uma atitude individual:

atitude individual < atitude coletiva < comportamento grupal < cultura

@uberblond uma das apoiadoras indica mais ou menos isso quando diz:  
"our culture will increasingly demand that brands, if they want success, show their guts more and not be afraid to be a bit emotional, a bit more curious, have a sense of humor, less “know it all”, more thoughtful, more provocative… more human. " (nossa cultura cada vez mais exige que as marcas, se elas querem sucesso, mostre a eles mais coragem e não tenha medo de ser um pouco emocional, um pouco mais curiosa, ter um senso de humor, menos "sabe tudo", mais pensativa, mais provocante ... mais humana.)

Ser humano nos dá a possibilidade de desafiar e de ter e encarar (novos) desafios. Quais marcas tomam uma causa para si e embarcam emocionalmente numa causa que não seja puramente de oportunidade?

As marcas não devem apenas nos fazer mais sexies, mais cômodos e mais auto-expressivos.
Diante disso deixo algumas (humilde) dicas junto com as quais @uberblond estimula:
  • Crie e promova uma mudança contínua da experiência.
  • Observe, tenha empatia pela mudança de comportamento e divulgue isso para muitas pessoas.
  • Ofereça uma linguagem,
  • Falar com eles e entre na experiência com eles
  • Assuma a responsabilidade junto com as pessoas
  • Pergunte, crie uma rede para entender suas dificuldades
  • Faça com que você melhore sua luta.
  • Peça sugestões

         A idéia aqui é, não fazer com que pessoas comecem a adotar posturas radicais, mas perceber que diante de um movimento de 'Centrado no Ser-Humano' que estamos vivendo, observar que criar serviços, como produtos, tem que ir além de ter fazer diferença no mundo, precisamos observar quais problemas temos que resolver HOJE no mundo e não apenas quando o serviço/produto estiver as ruas.
         Nós como planejadores, gerentes de marketing ou simplesmente líderes observar que existem pessoas que tomam uma postura e lutam diante das adiversidades, movidas pelas bondade ou necessidade. Estas que demoram muito tempo para serem apoiadas são importantes elos de construção social e ética da sociedade. Personagens que muitas vezes são negligenciados pelos poderes públicos e fazem reais diferenças na vida de muitos.
         Observar (e garimpar) estes casos contribui de forma imediata a problemas mais urgentes do que muitas vezes muitas empresas optam por ‘adotar’ uma postura sócio-ambiental - algo extremamente importante e irreversível, mas que hoje o discurso deveria ser para o HOJE e não apenas o amanhã.

Fonte imagem: 
blog.imaginaryfoundation.com