terça-feira, novembro 13, 2012

A inovação e a felicidade são mudanças, não estados

A inovação e a felicidade são mudanças, não estados.
Ironicamente uma das leituras que mais ando fazendo estes tempos é sobre como despertar e promover uma cultura de inovação dentro das pessoas e dentro das empresas. Por mais óbvio e até mesmo "piegas": Toda mudança começa por você. Este é o ponto que aqui quero levantar.

Muitos têm emprego, ou estão estudando para ter, ou já são grandes profissionais (ou serão) em suas empresas e profissões. Contudo, a maneira como você pensa hoje é a maneira como você gostaria de ser e trabalhar?

Este é um ponto que vivemos hoje. Um momento de transição onde o que desejamos ser em como a estrutura social, econômica e de trabalho nos fornece. Provocando uma tração dentro de nós.

Estive na HSM ExpoManagement este ano e tive o prazer de ouvir Sir. Ken Robinson, o cara que vem promovendo mudanças e despertando nas pessoas, através de seus livros e palestras, uma nova maneira de pensar sobre o modelo de educação vigente no mundo, cujo não estimula a criatividade, não desperta o senso do EU e promove, quando em alguns caso, repressões ao que você gosta ou tem mais habilidade de fazer. 

Pensando sobre isso, começo a refletir em como mudar este modelo tão enraizado hoje. 

Temos que mudar duas gerações: a de hoje, das empresas, dos profissionais Geração X; e a de amanhã, os profissionais Geração Y e os posteriores. O trabalho não é fácil porque o ambiente que fatores macro não permitem mudanças rápidas. Mas elas já estão acontecendo.

Despertar a criatividade tem haver com se sentir bem. Sentir-se bem não deve ser, como na criatividade e encapsulados em seus brainstorms, algo com tempo para acabar. E despertar o senso de engajamento tem haver com como me sinto hoje e como me sinto envolvido por esta causa, assunto, tema.

A questão é: Estamos bem? Andamos realmente bem com nossas vidas? 

Por que o que mais vejo são pessoas descontentes que reclamam das segundas-feiras, que alegram-se com as sextas, que oprimem sentimentos e que descabam e pedem demissão em busca de novos ares, reavivar paixões antigas ou sonhos.

Existem dois pontos aí: As pessoas se destimulam por não conseguirem mudar elas mesmas, ou elas estão desestimuladas por não conseguirem mudar seus ambientes de trabalho?

Diante do fato que mais 70% da população vivem nas cidades, as empresas se tornam produtores, sejam de riqueza, alimentos, subsistência. Por isso, modificar a qualidade dessa produção certamente afetaria toda a cadeia de relacionamento da empresa e da sociedade.


Cal Newport, autor de So Good They Can't Ignore You: Why Skills Trump Passion in the Quest for Work You Lovefalou na Época Negócios este mês: 
"Não siga sua paixão. Em vez disso, desenvolva habilidades raras e valiosas, com estudo e disciplina e repetição. Elas permitirão controle e autonomia. E a paixão aflorará."
Não tenho uma opinião formada sobre esta declaração, mas suspeito ser um modelo-mental realista que perpetua mais a racionalidade do que o aspiracional e emocional. É algo como "não estou feliz onde estou, mas vou me superar e serei o melhor nisso que faço." Não sei, ainda não tenho uma opinião concreta, porém reflito sobre o quanto um pensamento que não inclui a paixão como drive inicial poderia ser real. Mas não deixa de ser uma visão pragmática e prática. Posso estar enganado.

O como estou me sentindo determina o nível de engajamento, que significa o quanto envolvido eu estou. Que determina o quanto de energia eu estou disposto a investir em alguma situação. Ela por sinal, determina minha motivação. Ou seja, estamos nos tornando uma sociedade que 'pede o final'. Todos queremos motivação, mas poucos querem saber como nos sentimos e como gostaríamos de nos sentir.

Despertar o senso de construtor, de self-made man, do espírito do empreendedor (criativo) e estimulado pelo que acredita (mesmo que seja uma crença que falhará) é o que anda faltando, como também o intra-empreendedorismo, diante de processos que podem estar engessando. Lembrando que não é apenas 'pedir' para serem mais empreendedores, mas entender e dar ferramentas para tal. Estes aliados a uma mudança de mindset que engloba disciplinas como design thinking, colaboração, open innovation, triple bottom, (win-win-win) e sustentabilidade. Poderia provocar uma mudança na maneira como produzimos hoje.

Ao falar lá em cima que ando buscando como despertar mais a criatividade e a inovação nas empresas - estudando e fazendo cursos de forma autodidata, percebo o quanto nossos sentimentos (nosso motor), crenças e valores (nossa roda) estão enfraquecidas. São momentos de oportunidade para novas empresas, pessoas e modelos e é um momento de reflexão.

Acredito que despertar e extrair a criatividade das pessoas, está sendo para algumas empresas e pessoas, um exercício de esquizofrenia diante do modelo que já estão acostumados a trabalhar.

Curiosamente li este texto dias atrás do Francisco Albuquerque, da Agencia de Co-Criação que casa com o que estou dizendo. Ele dizia:

"...a cultura de colaboração é o único caminho para que o indivíduo se descubra e deixe o seu talento fluir com menos culpa de ser compreendido como uma carta fora do baralho.
O pensamento e a atuação em rede (colaboração entre pessoas) é o grande guia para essa nova geração de profissionais que estão em busca principalmente de descobrir-se em suas carreiras (valorização do eu), e de participarem de projetos alinhados àquilo que acreditam e compartilham."
Hoje a inovação saiu dos departamentos, antes encaixotada e começou a tomar um corpo mais fluído e interdependente com o ser humano, outros departamentos e a sociedade. 
Contudo, despertar a criatividade é refletir que errar é parte do processo, de que superar-se é colaborar, de que buscar gatilhos internos fica mais fácil quando somos 'boas pessoas'  treinamos nossa sensibilidade no(s) outro(s).

Além do mais, enxergar que precisamos de 3 perfis de pessoas para conduzir a inovação numa empresa: o evangelista, o gênio criativo e o líder inovador. Cada um terá seu papel ou as vezes faze-se os três papeis em pequenas empresas. Este é o desafio de equalizar, unir e somar partes que todas devem funcionar olhando pela ótica do ser-humano.


Assim, ser inovador hoje, e me arrisco a dizer, é ser mais feliz, primeiro com você para depois promover nos outros. Seja por serviços, projetos, processos ou produtos. É manter a paixão de Thomas Edson em querer produzir uma revolução e trabalhando em equipe, quanto a garra de Ayrton Senna em querer ser o melhor no que faz, quanto também ser um poeta para entender as  pessoas.
No fundo..."You are your most important relationship. – Happiness is when you feel good about yourself without feeling the need for anyone else’s approval.  You must first have a healthy relationship with yourself before you can have a healthy relationship with others.  You have to feel worthwhile and acceptable in your own eyes, so that you’ll be able to look confidently into the eyes of the people around you and connect with them."
Pois bem, se a mudança começa por você, o que você (Paulo!) numa posição de liderança ou não, está fazendo para mudar isso? Você sabe como fazer a mudança? Está buscando referências fora do comum?

(Nota mental: fazer o que escrevi no post.)

Ref: 

http://www.transitioning.org/2011/01/07/is-lack-of-creativity-to-be-blamed-for-our-poor-entrepreneurial-spirit/
http://www.marcandangel.com

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